quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Elizabeth, o filme

O filme Elizabeth (Isabel I), de Shekhar Kapur, interpretado por Cate Blanchett que ganhou o Oscar de melhor atriz com este papel, retrata um período de transição da Idade Média para desintegração do feudalismo, onde uma monarquia fraca evoluiu para uma monarquia centralizada e forte, desenvolvendo-se assim o capitalismo mercantil.
No reinado anterior ao de Elizabeth I, de sua meia irmã Mary I, Inglaterra estava no abismo com a repressão do governo dos protestantes. Após a morte de Mary I, Elizabeth Tudor, filha de Henrique VIII (o célebre rei das 6 mulheres), sobe ao trono, começando assim um dos mais notáveis governos da Dinastia Tudor.
Na evolução da Idade Média para a Moderna há um processo de centralização política quando os reis começam a concentrar o poder neles próprios. Rainha Elizabeth representa o auge do absolutismo. A solidificação de uma monarquia absolutista, centralizada, foi o componente mais importante para o extraordinário  desenvolvimento económico de Inglaterra no século XVII. Conseguiu consolidar o país dominando a nobreza, afastando o poder da Igreja Católica criando a Igreja nacional inglesa (que já havia começado com o seu pai Henrique VIII), confiscando terras da Igreja Católica, e conquistando colonias espanholas. A sua forma absoluta de governar visou sempre evitar a convocação do parlamento. Usou também, de forma sábia, a Igreja Anglicana para pressionar a nobreza ao mesmo tempo que obtia o apoio da burguesia.
Como demonstração do seu poder, Elizabeth I mandou decapitar a sua prima Mary Stuart, Rainha da Escócia. Em 1558 destruiu a Invencível Armada espanhola contribuindo assim para o inicio da predominância inglesa na navegação e no comércio internacional, havendo assim um grande avanço económico, principalmente na indústria de tecidos de lã e na exploração de minas de carvão.
O desenvolvimento económico dinamizou a sociedade, onde a nobreza progressista disponibilizou mão-de-obra barata no campo, que posteriormente se localizou nas cidades pelo processo de industrialização. Agricultores, camponeses com posse mas sem propriedade legal da terra passam a produzir para o mercado e os artesãos têm as suas atividades regulamentadas em 1653 pelo Estatuto dos Artesãos. É aprovada, em 1572, a Lei dos pobres, obrigando o pagamento de um imposto aos habitantes para ajudar a população mais pobre.
Como podemos observar, Elizabeth I salvou o seu país de cair no precipício com todas estas medidas, deixando-o numa situação económica muito promissora.


quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Organização social e o cinema

Desde muito cedo que o Homem vive em comunidade. Já na pré-história o ser Humano se organizava em clãs e tribos. A população dedicava-se à agricultura e criação de gado. Dentro destas organizações já havia hierarquia, esta era determinada através da idade e das famílias em que estavam inseridos. Os anciãos eram os líderes destes grupos, controlavam a politica e eram também os responsáveis pela liderança espiritual. Já nesta altura acreditavam nas divindades, procediam a rituais e construíam algumas estatuetas em marfim e outros adornos religiosos. A comunicação é essencial para se viver em comunidade e já nesta altura se comunicava, através de gestos, sinais, desenhos e só mais tarde através da voz. Podemos concluir então, que desde muito cedo que a vertente visual teve uma grande importância para o Homem, mesmo antes da comunicação auditiva. Podemos concluir isso também através das pinturas rupestres. Atrevo-me a dizer que as pinturas rupestres terão sido o inicio de todas as artes visuais, incluindo o cinema. Estás pinturas e desenhos eram utilizados para representar as suas caças, danças, rituais e até os seus guerreiros. Tal como acontece no cinema, as pinturas rupestres serviam para contar uma historia de uma maneira visual. 
Mais tarde, na Antiguidade Clássica, já existiam os teatros. Onde as obras representadas eram muitas vezes críticas à sociedade utilizando cenas do quotidiano e dos costumes da altura. A expressão dramática representada pelo próprio Homem começou nesta altura e nunca mais parou. O que se faz hoje em dia no cinema já se fazia nesta altura com a diferença que não era registado por uma câmara, sendo assim, na minha opinião, tão mais precioso.
Por isso como podemos ver, desde a existência do ser Humano que há a necessidade de registar histórias e acontecimentos e há a necessidade da expressão dramática para mostrarmos o nosso ponto de vista à nossa comunidade, sendo como forma de crítica ou elogio de alguma coisa, alguém ou da própria sociedade.